15 de dezembro de 2006

Marketing Ambiental

Qualquer ação ou projeto ambiental, mesmo que de maneira inconsciente, utiliza estratégias de marketing em atividades como: criar ou manter uma imagem positiva; persuadir e motivar pessoas envolvidas; estabelecer novos e fortalecer contatos; criar mecanismos para chamar a atenção dos diferentes públicos; captar recursos financeiros.
“Ao não se preocuparem na adaptação de seus ‘produtos’ e de suas mensagens aos seus públicos-alvos, não raramente se isolaram e geraram uma percepção de confronto, de tentativas de convencimento forçado, de imposição ideológica”. Talvez por esta razão, infelizmente, alguns tenham sido alcunhados de “ecochatos”.

Para evitar situações como estas, o planejamento deve ser elaborado não apenas do ponto de vista ecológico, mas, principalmente do ponto de vista dos públicos influenciados. É necessário definir quais são estes públicos, o tipo da influência e a maneira mais eficaz de realizá-la.
Os projetos devem incluir os seguintes itens:

1. Nome (é essencial criar algo coerente com o restante do projeto e que seja diferente dos demais, chamativo)
2. Estruturas
3. Recusos humanos
4. Recursos financeiros
5. Recursos materiais
6. Patrocinadores potenciais
7. Cronograma
8. Local de implantação / áreas afetadas
9. Pontos positivos
10. Pontos negativos.
11. Inovações/Diferencial do projeto .
12. Influências sociológicas, culturais, religiosas, legais
13. Projetos semelhantes que tiveram sucesso. Por quê?
14. Projetos semelhantes que tiveram fracasso. Por quê?
15. Qual a imagem do projeto junto aos públicos-alvos (se já existir uma).

O acompanhamento do cronograma auxilia no controle das atividades e pode indicar o comprometimento da equipe e obter a credibilidade dos patrocinadores, colaborando até com o financiamento de futuros projetos e o apoio do restante dos públicos.
A identificação das influências sociológicas, culturais, religiosas, legais, contribui para o sucesso do projeto. Quando levadas em consideração, podem criar empatia com os públicos influenciados pelas ações. Um estudo minucioso sobre os aspectos psicográficos traz um conhecimento prévio sobre os diferentes públicos:
- moradores, vizinhos da área;
- líderes comunitários, entidades e instituições;
- autoridades;
- imprensa;
- empresas (afetadas e prováveis financiadoras);
- população (geral).

Cada projeto é diferente de outro, mesmo quando implantados na mesma região, os níveis de envolvimento dos públicos, as informações inerentes são modificadas de acordo com os objetivos. Por esta razão, procure sempre colocar-se no lugar de cada um destes públicos e identificar:
- Benefícios racionais, qual o mais importante e a razão.
- Benefícios emocionais, qual o mais importante e a razão.
- Malefícios racionais, qual o mais importante e a razão.
- Malefícios emocionais, qual o mais importante e a razão.

Na próxima etapa, procure alcançar os benefícios e neutralizar os malefícios.

Embora pouco levado em consideração, os projetos e ações ambientais podem ter concorrentes. Nestes casos, determine:
- Quais são as concorrentes.
- Quais as ações, iniciativas e projetos contrários.
- Quais os pontos positivos e os benefícios racionais e emocionais.
- Quais os pontos negativos e os malefícios racionais e emocionais.
- Quais as atividades já desenvolvidas para o “nosso” público e os resultados.

O levantamento de dados deve ser feito por meio de pesquisas. Identifique:
- Quais fontes de dados sobre os públicos e concorrentes contribuem com o projeto.
- Quais foram realizados para o projeto e seus resultados.
- Quais precisam ser realizados complementarmente.

Em seguida delimite os objetivos de acordo com os públicos-alvos. Alguns exemplos: informar públicos; estimular respostas, motivar voluntários, aumentar simpatia pela causa etc.

A comunicação estratégica ressaltará os pontos positivos e benefícios, do ponto de vista dos receptores e não do transmissor. Buscando evidenciar aspectos que dêem credibilidade para ações e projetos ambientais.
Efetivamente, a comunicação, definirá as verbas de divulgação, o período, as regiões, as formas, os meio e os veículos.

De acordo com os autores, outros dois aspectos fundamentais para o sucesso dos projetos ambientais, são o nome e a identidade visual. O nome deve ser chamativo, memorável. A adoção de uma imagem gráfica que represente o projeto deve ser adequada aos objetivos e transmitir informações preservando os aspectos estéticos. Normalmente, é acompanhada de frase que sintetiza o objetivo do projeto.

Para aprender um pouco mais sobre as estratégias de marketing utilizadas em projetos ambientais, observe entidades de sucesso inquestionável como a Fundação Boticário, SOS Mata Atlântica, Projeto Tamar, e outros inúmeros, que têm contribuído, com muita competência, para a conservação da natureza.

Para falar sobre o marketing ambiental, sintetizei o excelente texto de Arlindo Ornellas F. Neto e Heliodoro T. Bastos Filho, publicado no livro “Novos Instrumentos de Gestão Ambiental Urbana” ( São Paulo: EDUSP, 2001).

5 de dezembro de 2006

Dia Nacional das Relações Públicas

Dia 02 de dezembro, comemoramos o Dia Nacional das Relações Públicas. Neste texto reforçarei a atuação deste profissional, tanto para aqueles que o são quanto para os que têm interesse nas atividades de uma profissão que cada vez mais desponta no cenário organizacional das instituições.

O profissional de Relações Públicas planeja estratégias de comunicação, visando desenvolver o relacionamento das organizações com seus públicos interno e externo, estabelecendo diretrizes permanentes para a comunicação organizacional.

Trabalha em áreas como: planejamento comunicacional, pesquisas de opinião e clima organizacional, produção de peças gráficas, planejamento e execução de eventos, cerimonial e protocolo, gerenciamento da imagem empresarial, assessoria e consultoria comunicacional, consultoria política, programas de visita etc.

De acordo com Rodrigo Cogo, consultor e criador do site
Mundo RP "É uma especialidade da Comunicação Social direcionada ao planejamento e gerenciamento de estratégias e táticas de informação, articulando instrumentos impressos, eletrônicos e relacionais com base na melhor adequação entre objetivo da mensagem, linguagem, audiência-alvo e meio de disseminação. Com isto, busca expandir esta consciência entre todos os agentes da organização-cliente e entre todos aqueles de suas relações cotidianas como condição para formação de marcas e idoneidades fortes e duradouras numa co-responsabilidade de empenho e satisfação".

Observa-se que projetos ambientais envolvem e necessitam da compreensão e colaboração de diversos públicos para cada ação a ser implantada. Por exemplo, a criação e manutenção de unidades de conservação, a implantação de projetos de produção limpa, a resposta a acidentes ambientais, etc. Nestes casos as ações de comunicação abrangem diversos públicos: a comunidade, os funcionários, os órgãos públicos, a imprensa, entre outros. “Relações Públicas é o intercâmbio de informações entre uma instituição (empresa, órgão de classe ou governamental) e sua clientela ou grupo social, destinado a estabelecer bom entendimento humano”. (Rone Amorim)


Como base no texto de João Evangelista Teixeira publicado pela Revista Estudos de Jornalismo e Relações Públicas, da Universidade Metodista de São Paulo (junho 2003), “[...] podemos também ser especialistas, principalmente em alguns campos de atuação em que as oportunidades de trabalho se multiplicam na medida em que nos encontramos preparados para somar os conhecimentos gerais da profissão às características específicas de cada setor. O estudo aprofundado de especialidades possibilita o afastamento dos aventureiros e dos oportunistas que, a todo momento, transformam avanços científicos em modismos que têm o único objetivo de sugar recursos financeiros de organizações incautas”

Qualquer que seja a especialidade que o profissional desejar seguir, ele deve estar comprometido e ciente das questões ambientais, pois ela se apresenta como um dos aspectos mais importantes para as organizações que pretendem sobreviver no mundo globalizado e cada vez mais competitivo. As empresas nacionais estão sendo atraídas pelos fundos de investimentos que só se aplicam em organizações que desenvolvem projetos de responsabilidade social e ambiental, chamados de “fundos éticos”. Quatro bancos já adotaram essa prática. “A Bovespa (São Paulo) é a quarta empresa brasileira a possuir um índice desse tipo: o de sustentabilidade empresarial” (REVISTA ISTO É, 19/04/2006, p. 20). A finalidade deste índice é oferecer ao mercado um indicador para as ações de empresas comprometidas socialmente.

Teixeira dá algumas dicas para o profissional que pretende especializar-se nesta área:
- Direcione seus estudos para o tema, formando uma biblioteca própria com autores de reconhecida competência no assunto [...] o profissional de relações públicas, especialista em meio ambiente, deverá estar preparado para conversar com o antropólogo, o engenheiro químico, o advogado, o administrador, o funcionário público, quando estiverem em jogo o planejamento e a administração da comunicação ambiental.
- Leitura sistemática dos periódicos especializados e das publicações que a mídia está a nos oferecer diariamente.
- Estudo de questões paralelas como as legais, biológicas, culturais e todas aquelas com as quais terão que se envolver no futuro.
- Dêem atenção especial as leis que regem as questões relacionadas ao meio ambiente.
- Direcione os trabalhos de dissertação e pesquisa para a questão ambiental, aplicando as teorias e as técnicas de cada disciplina.
- Freqüentem eventos que tenham como o tema central o meio ambiente
- Montem sua rede de relacionamentos incluindo fundações, empresas, ONG’s que se dedicam às questões ambientais.
- Tornem-se voluntários de alguma ONG que lhes de a oportunidade de aplicar na prática, seus estudos e pesquisas, mesmo que por suas múltiplas ocupações, sua dedicação à causa tenha que se limitar a apenas algumas horas.

Os passos acima indicados por Teixeira são essenciais para a especialização em meio ambiente.
Desde 2001, ano que ingressei na faculdade, até os dias atuais, muita coisa mudou e para melhor. Temos pela frente um longo caminho, mas nosso futuro é promissor. Então, seja qual for a área que o profissional de Relações Públicas pretenda seguir, desejo a todos muito sucesso com responsabilidade!