A biodiversidade do Planeta Terra esta debilitada. De acordo com o atual ‘guru’ do ambientalismo, Al Gore, no seu aclamado livro Uma Verdade Inconveniente, “muitas espécies do mundo todo estão ameaçadas pela mudança climática, e algumas estão se extinguindo – em parte por causa da crise climática, em parte porque o ser humano está invadindo seus habitats. Na verdade, estamos diante de um fenômeno que os biólogos começam a chamar de crise de extinção em massa. Atualmente, a extinção ocorre em ritmo 1.000 vezes mais acelerado do que se daria naturalmente, na ausência de influência humana”. Em 2003 a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) anunciou que cerca de 12.259 espécies de animais e plantas de todo o mundo estão ameaçadas de extinção e762 espécies já são consideradas extintas. [1]
A biodiversidade gera benefícios a níveis locais como o auxilio a formação de solos férteis, controle de pragas por meio da manutenção do ecossistema, filtragem de águas poluídas, controle das encostas, orlas costeiras, etc. As vantagens se estendem a nível mundial, por exemplo, a estabilização climática e a abundância de espécies vegetais, animais e micróbios.
Os recursos financeiros para projetos de preservação ainda são escassos diante da demanda, por esta razão são adotadas algumas estratégias que aumentam o aproveitamento de suas ações. As hotspots são têm a finalidade de preservar o maior número possível de animais em uma mesma região, consiste em áreas de conservação que possuem relevância ecológica pela biodiversidade que possuem. Segundo a Conservation Internacional, “área correspondente a estes habitats naturais ascenda apenas a 1,4% da superfície do planeta, concentra-se aí cerca de 60% do patrimônio biológico do mundo no que diz respeito a plantas, aves, mamíferos, répteis e espécies anfíbias”[2].
O primeiro episódio da série “Planeta Terra: O Futuro”[3] mostrou alguns exemplos de Unidades de Conservação e discutiu a participação da comunidade nestas unidades. Segundo os entrevistados, em poucos casos é possível obtê-la, por exemplo, na Etiópia, quando restavam 150 gazelas, animal símbolo da região, a população se conscientizou e executou um conjunto de ações que aumentou para 600 o número desses animais. Contudo, existem locais em que a população que dependem economicamente da caça de animais ou devastação de áreas, no Mar Cáspio, entre a Rússia e o Irã, os últimos esturjões estão sendo vítimas da poluição das águas e principalmente da pesca predatória por causa das ovas que são usadas como matéria-prima para o caviar.
Outro aspecto que traz implicações os projetos de preservação é a carisma da espécie ameaçada. Quanto mais simpático for o animal, maiores são as chances de arrecadar investimentos para projetos de conservação. Realmente, este é um fator muitas vezes decisivo, constatei isto na banca de graduação da bióloga Luana D’Ambrosio Ferrari, sobre espécie de raia encontrada no litoral de Santa Catarina, uma das discussões levantadas pelos professores convidados foi exatamente sobre a importância que o carisma do animal representa para a obtenção dos recursos nos projetos de preservação.
Felizmente, há ainda alguns casos em que o critério adotado não é o carisma do animal, mas sim sua relevância dentro da cadeia alimentar de outras espécies, pois a sua extinção provocaria um grave desequilíbrio ecológico.
As estratégias de comunicação contribuem em muitos aspectos: auxiliar na produção de um material visual que represente de maneira adequada e atrativa a espécie ameaçada; disseminar informações de maneira objetiva e eficaz, fomentar valores ambientais; promover a envolvimento da comunidade e dos demais públicos-alvo.
Cada caso deve ser estudado com prudência, evidenciando os aspectos que afetam no relacionamento da comunidade com os projetos conservação. O máximo de informação deve ser levantando antes de criar estratégias que contribuam para o relacionamento dos públicos-alvo, o conjunto de ações executadas deve proporcionar o esclarecimento dos diferentes pontos de vista e o surgimento destas estratégias, pois elas influenciarão valores culturais da região e certamente afetarão setores políticos econômicos e sociais. Por estas razões, criar um trabalho de sensibilização com a comunidade em torno de unidades de conservação, áreas de preservação, etc é tão importante quanto divulgar para o restante do mundo.
Obs: A Onça Pintada, em extinção, foi registrada por Araquém Alcântara, um dos fotógrafos de natureza mais famoso do país, comprometido em denunciar os horrores cometidos contra a Mata Atlantica. A imagem atrativa é um recurso para difundir o conhecimento e a conscientização ambientais.
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[1]http://www.biodiversityreporting.org/index.php?pageId=sub&lang=en_US¤tItem
=article&docId=7782&c=Brazil&cRef=Brazil&year=2004&date=December%202003