29 de novembro de 2007

Despedida

Estou de partida para os EUA para embarcar no navio, portanto este blog ficará um período sem atualizações, mas espero que os textos já postados ajudem a todos a esclarecer algumas questões sobre Relações Públicas e meio ambiente. Enquanto estiver lá vou buscar o máximo de informações possíveis paratrazer muitas novidades!

Boas festas de final de ano! Até mais...

Juliana A. Clementi

20 de novembro de 2007

Crises na Imagem Pública

No último dia 27 de outubro estive presente em mais uma reunião do Conselho Gestor da APA da Baleia Franca. Um dos assuntos tratados nessa seção chamou a minha atenção de modo especial: a difamação da imagem pública.
Em qualquer setor, inclusive em nossas vidas particulares, enfrentamos e/ou vemos outras pessoas ou instituições enfrentarem calúnias e boatos. Porém, observo cada vez mais que projetos ambientais e líderes ecologistas, a principio vistos com reputação irrefutável, enfrentam constantemente este tipo de insolência.
Claro que, algumas vezes, os fatos correspondem às evidências levantadas. No entanto, há pessoas ou organizações que, embora fundamentais no processo de conservação de regiões ou espécies de seres vivos, e com longo histórico de luta pela preservação da natureza, vêem-se enroscados em uma rede de acusações das quais não conseguem sair sem terem sua imagem arranhada e sua luta desgastada. Felizmente, podemos verificar que uma crise também representa uma oportunidade, até mesmo para fortalecer e fomentar uma causa ambiental.
De acordo com Heloiza Matos “Apesar do potencial contemporâneo das mídias, o público continua a buscar – e receber – informações através de meios informais: o boca-a-boca, a conversa informal, o ouvir-dizer, o boato em si. A emergência de novas mídias em tempo real, ao invés de suprimir os boatos e qualificar as informações ditas verdadeiras, contribuiu para tornar esse fenômeno ainda mais especializado“ Ainda de acordo Matos “O que sobra é o registro do fato consumado e, no caso do boato, os rastros deixados nas pessoas, empresas ou instituições afetadas pela sua aparição”

Quando retornei de Imbituba, comecei a pesquisar o assunto na internet, e encontrei um caso atual que está acontecendo no Paraná. A ex-chefe do escritório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP ), Elma Romano, foi presa em Curitiba. Segundo o site Portal do Meio Ambiente “Ela é acusada de chefiar um esquema de venda de licenças ambientais ilegais para corte de araucárias. Mas a rede de ONGs que trabalha no estado acha estranha a acusação e a prisão de Elma. Segundo eles, Elma teria passado os últimos 30 anos enfrentando as grandes madeireiras, os fazendeiros e os políticos do estado ligados à devastação. Agora, estaria pagando o preço por isso.”

Diante desta situação e outras semelhantes , uma dúvida lateja: se há anos estes projetos ou os lideres existem, como são afetados por boatos?
A imagem pública é inconstante, depende muito dos públicos que a vêem, de suas necessidades, de interesses oponentes que agem como adversários na sua construção. Ela varia de acordo com o contexto político, social e econômico aos quais estão inseridas.
Para Eugenia Rigitano “A imagem pública de alguém se configura como a maneira como um público imagina que esse alguém seja, o que esse alguém parece ser a esse público. Então, duas coisas são importantes de se ter em mente: a) a recepção (o público) não trabalha no vazio; b) uma imagem pública não é algo imutável. Ligado a isso, vale destacar que a construção de uma imagem pública passa não só pelo que se fala. É também o que se faz (produzindo fatos-noticiosos irresistíveis aos media) e a forma como se apresenta (já que a imagem visual é a primeira que se tem). Além disso, é necessário considerar as imagens dos outros atores do campo político, os media, as assessorias, os institutos de pesquisa, etc.” Ainda de acordo com a autora, “os responsáveis pela construção e manutenção das imagens públicas recorrem, cada vez mais, às pesquisas, principalmente as qualitativas”.
No campo das Relações Públicas, a Lei Nº 5.377 (11 de Dezembro de 1967), considera entre suas atividades específicas: a coordenação e planejamento de pesquisas de opinião pública, para fins institucionais; o planejamento e execução de campanhas de opinião pública.

A aplicação de pesquisas de opinião pública permite identificar o contexto e a imagem que é acreditada pelos receptores, atualmente esta estratégia é utilizada para formar imagens públicas positivas. Ressalto que, devemos agir eticamente, ou seja, não criar modelos de projetos e lideres ecologistas, mas fornecermos subsídios aos nossos clientes contribuindo para uma leitura e visão fiéis ao meio no qual estão inseridos, promovendo de maneira eficaz sua imagem pública. O profissional de Relações Públicas deve zelar por esta imagem, em um momento de crise, irá defendê-la por meio do planejando de ações que esclareçam os boatos.
Para finalizar, observe estratégia proposta por Neves (1998, p.67)
1. Apurar os atributos positivos e negativos. Isto pode ser conseguido através de pesquisas, feedback, observações, focal groups etc;
2. Entendê-los em profundidade. Vale dizer, analisar as percepções segundo os públicos que a produziram, comparar com a realidade, descobrir os gaps;
3. Estabelecer programas para fechar os gaps. (lacunas da imagem)
Tornar a imagem uma aliada num momento de crise vai depender da habilidade do profissional, da colaboração do cliente e das ações de comunicações anteriores à crise. É possível contornar boatos, mas como sempre, o ideal é investir em ações que criem um conceito sólido a respeito dos ideais da instituição/ pessoa, com base na aproximação do cliente com os públicos–alvo e na sondagem dos diferentes contextos da opinião pública. E lembre-se sempre, muitas vezes uma crise representa uma oportunidade, até mesmo para levantar a bandeira a favor de uma causa ambiental.
Até mais,
Juliana A. Clementi
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http://www.rp-bahia.com.br/heloizamatos.htm
http://www2.portaldomeioambiente.org.br/news//not1.php?id=1263
http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/outrasareas/comunicacaoecidadania/0234.pdf
NEVES, Roberto de Castro. Imagem empresarial: como organizações (e as pessoas) podem proteger e tirar partido do seu maior patrimônio. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

1 de outubro de 2007

Construção Civil e Meio Ambiente

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, criado em abril de 2007, tem a finalidade de disseminar informações, orientar critérios, metodologias e certificações para a engenharia civil e áreas afins.

Entre suas atividades estão: publicações e boletins informativos; produção de referências técnicas; organização de seminários, conferências e missões técnicas e promoção e facilitação da formação de redes e parcerias entre os agentes da cadeia produtiva, governos e entidades afins.
Atualmente, existem muitos exemplos da inserção da conservação ambiental a construções civis. A permacultura, criada na década de 1970 pelos ecologistas australianos Bill Morison e David Holmgren, tem como principal meta a sustentabilidade ecológica e estendeu-se para a sustentabilidade dos assentamentos humanos. A ênfase está na aplicação criativa dos princípios básicos da natureza, integrando plantas, animais, construções e pessoas em um ambiente produtivo e com estética e harmonia.
As técnicas da permacultura estão em constante aprimoramento e podem ser aplicadas não somente pelas empresas de construção, como também por qualquer pessoa que tenha interesse, pois, são de fácil acesso e grande diversidade. Ao contrário do que muitos pensam, garantem sim a comodidade a qual estamos habituados, sem deixar de lado a preservação do meio ambiente.

Outro exemplo é o projeto é ambicioso da Ecópole, que será a primeira cidade ecológica do mundo, ironicamente localizada na China, prevista para inaugurar em 2020.
O projeto prevê entre outras coisas:

- Construção de prédios de no máximo 6 andares para evitar o uso de elevadores e bombas d’água. A incidência da luz natural e circulação de ar são consideradas a fim de reduzir o consumo de luz e ar condicionado.

- Extinção do o centro e periferias e adoção de um sistema com base em pequenos núcleos urbanos, reduzindo a necessidade de carro.

- Coleta seletiva de esgoto (assim como nos navios), sendo que o esgoto cinza será tratado separadamente do esgoto preto.

- Produção de gás para fogões e aquecedores residenciais através do lixo orgânico.

- Produção de alimentos em fazendas próximas a cada núcleo urbano, reduzindo a utilização de transportes e fertilizantes.

O projeto da Ecópole tem inspirado outras cidades como Londres, onde o prefeito Ken Livingstone pretende criar uma área de emissão zero de CO2 na capital.

Embora estes projetos ainda pareçam distantes da realidade da maioria das pessoas, acredito que assim como tantos outros setores que adotaram a gestão ambiental rapidamente, a construção civil tende a dar um grande avanço neste sentido, principalmente depois da criação do conselho.

Mesmo antes da elaboração de soluções inovadoras em materiais e equipamentos, as construtoras podem, desde já, implantar diversas ações com a finalidade de reduzir seus impactos. Primeiramente é preciso esclarecer e estimular os responsáveis por estas construtoras, escritórios de arquite
tura e afins, a inserir a gestão ambiental em suas edificações. Portanto, as futuras construções, a exemplo da Ecópole, podem, no mínimo, levar em consideração a incidência de luz e circulação de ar. Os trabalhadores da construção são essenciais neste processo, pois devem compreender e respeitar as normas estabelecidas, entre elas a redução do desperdício de materiais, do uso da água e de eletricidade e da separação do lixo, etc.

Então colegas RPs, mais uma vez, espaço para projetos e muito trabalho não falta, mãos à obra!!

Até mais.


Juliana A. Clementi

3 de setembro de 2007

PLANET PRINCESS: Gestão Ambiental em Cruzeiros Marítimos

O turimo em cruzeiro marítimos cresce a cada ano, são vistos como resorts flutuantes e oferecerem diversos atrativos como pistas de golfe e atletismo, piscina com ondas, cassinos, discotecas, etc. Além de usufruir de todas os atrativos oferecidos, o turista também tem a oportunidade de conhecer vários locais, e até diferentes países, em uma única viagem. Outros fatores têm alavancado a procura por este tipo de viagem, por exemplo, o caos aéreo. A Indústria dos Cruzeiros continuará crescendo mundialmente a um ritmo acelerado nos próximos cinco anos, tendo em conta que as companhias de cruzeiros seguem investindo em uma maior capacidade e abrindo novos mercados.

Mas assim como indústrias de outros setores, as indústrias de cruzeiros também causam impacto no meio ambiente. Por exemplo:
· Desperdício perigoso de líquidos ou solventes de limpeza; produtos químicos usados para revelação de fotografias; lâmpadas fluo
rescentes ou do mercúrio de vapor; e determinados tipos de tintas, de medicinas e de baterias.
· Lixo produzido;
· Destinação da água cinzenta (dos chuveiros, da lavanderia, dos salões, das cozinhas, etc) e da água preta (banheiros);
· Emissões de gases no ar;
· Combustível.

Para enfrentar estes desafios ambientais, as companhias cada vez mais investem na gestão ambiental, para cada navio são gastos em média por ano cerca de $2 milhões em novas tecnologias ambientais. As normas que devem ser implantadas são sujeitas às cidades, estados, países e regulamentos de instituições internacionais. Logicamente, não deve se poupar nenhum esforço, por parte das companhias, de ampliar suas ações em busca de reduzir seus impactos nos oceanos.

A Princess Cruises (empresa para qual estou indo embarcar como tripulante) é pioneira em programas de gestão ambiental para cruzeiros marítimos. Segundo afirma o presidente da empresa, Peter Ratcliffe, “Nós (Princess Cruises) fizemos um compromisso há diversos anos que essa nossa frota nunca disporia todo o desperdício em qualquer uma área ecologicamente sensível. Nós investimos pesadamente para pôr a tecnologia e as políticas no lugar, por isso tornaram-se os mais restritos padrões na indústria.”

Além de inúmeros procedimentos mecânicos adotados para reduzir seu impacto, como o investimento de $4.5 milhões para desenvolver uma facilidade para durante os dias de visita nos portos do Alaska, os navios poderem fechar seus motores, cortando desse modo emissões de gases quando no porto, a Princess Cruises tem um amplo programa que abrange diversas outras ações de preservação ambiental, o Planet Princess.

PLANET PRINCESS
Lançado em 1993, o programa é uma iniciativa detalhada desenvolvida pela companhia para preservar as áreas visitadas atualmente por seus passageiros, e para identificar áreas novas para a proteção ambiental.
Entre as principais ações estão:
Separação de lixo: Todos os navios possuem recipientes adequados para cada tipo de lixo produzido, identificados através de cores.
Dizendo não ao despejo: A companhia proíbe despejo de qualquer material nas áreas ecologicamente sensíveis, seguindo as regulamentações indicadas.
Pule para frente cortando por trás: O melhor jeito de evitar desperdício é produzindo menos.
Desperdício de água: A companhia conta com um moderno tratamento das água preta e cinza, nada prejudicial é jogado no mar.
Prevenção de derramamento: A Princess monitora e elimina a descarga de óleo de cada navio 24 horas por dia e tem um plano de emergência em caso de derramamento.
Minimizando nosso impacto: A companhia criou procedimentos e normas específicas para atividades relacionadas a balões, flâmulas e golf.
Desperdícios perigosos: A emissão e desperdício de gases CFC’s estão sendo eliminados dos equipamentos de refrigeração dos navios. Os sistemas que utilizam CO2 também estão sendo convertidos para combustível adquiridos com supressão do fogo.
Conservação da água: Aproximadamente 90% da água utilizada dentro dos navios são desalinizadas do oceano, mas o procedimento requer o uso de combustível . Por isso, estimulam o máximo de aproveitamento da água utilizada por todos.
Controle de Qualidade: O programa assegura a conformidade de todas as atividades requeridas. São realizadas inspeções pelos executivos da companhia, pelo departamento de conformidade ambiental e equipe de gerentes de cada navio.
Todos ganham a recompensa: A Princess Cruises foi a única companhia premiada nos prêmios: U.S. Coast Guard’s Admiral William M. Benkett; Smithsonian Magazine/ASTA; British Airways Turismo de amanhã. O sucesso de seu programa garante a proteção dos nossos oceanos, por isso a companhia continua investindo em novas tecnologias e matém continuamente seus navios de acordo com as regulamentações de meio ambiente.
Plano de Conformidade: todo tripulante participa de módulos de treinamentos com validade de um ano, que certificam que ele está ciente e apto para contribuir com todas as atividades estipuladas para a conservação ambiental.
Economia de energia: todas as cabines possuem uma indicação de que as luzes devem ser desligadas quando o passageiro se sair.

Todas as grandes linhas de cruzeiro já levaram pesadas multas e, face a essa tensão, precisam investir em sua “imagem verde” e buscar certificados como ISO 14001. Para mitigar qualquer ataque da opinião pública, também criam parcerias “estratégicas” com organizações ambientais.
Mais uma vez, o fenômeno da opinião publica aparece de maneira acentuada dentro da preocupação ambiental. Além de seus efeitos em caso de acidentes ambientais, a adoção dos procedimentos de meio ambiente das companhias necessitam de regras e regulamentações que devem ser cumpridas por todos os envolvidos. Normalmente, as normas apenas incluem os funcionários das empresas, mas no caso de cruzeiros marítimos, algumas normas abrangem os clientes de cada companhia. Por esta razão são criadas inúmeras estratégias de comunicação que estimulem a todos a participação e contribuição, sem que pareça uma obrigatoriedade.
É essencial preparar este profissional de maneira que possa atender a todas as emergências, pois este ramo de turismo possui uma série de situações de risco, e requer um profissional ágil e informado sobre estas.
Quando se trata da classe dos passageiros, o profissional de comunicação responsável pela área de meio ambiente deve trabalhar com sutiliza todas as ações voltadas para a implantação das normas, fazendo com que o cumprimento delas seja mais uma parte incorporada a singular experiência de viajar no mar.

21 de agosto de 2007

ARTE E NATUREZA

Estive afastada do blog nestes dois últimos meses porque participava de um processo de seleção para ir trabalhar em uma companhia de cruzeiros marítimos, da qual irei comentar sobre seu programa de gestão ambiental em uma próxima postagem.
Como fiquei sem postar algum tempo, para me reconciliar com todos, ofereço uma indicação valiosíssima: A exposição artística de Frans Krajcberg.

Na ida para São Paulo, em função do processo de seleção, reafirmei minha opinião de que a capital paulista possui um vasto acesso as mais diversas e criativas informações ambientais, no ano passado tive o privilégio de conhecer o projeto de uma casa sustentável com itens como uma pia de cozinha feita de tubo de pastas de dente, e o efeito era surpreendentemente bonito!

Nesta última estadia na capital, pude visitar a exposição Frans Krajcberg: Arte e Natureza no Banco Real da Avenida Paulista.
Frans Krajcberg é escultor, pintor, gravador e fotógrafo. O artista utiliza a arte para denunciar crimes ambientais. Sua militância em prol do meio ambiente é reconhecida inclusive internacionalmente, tem exposto suas obras em cidades como Paris, Oslo, Milão, Jerusalém, Roma, New York e Buenos Aires.
Sua matéria-prima é composta por restos de natureza destruída, como árvores queimadas. Do acervo disponível nesta exposição, a que mais me impressionou foi uma que nos remete a uma imagem agonizante de corpos humanos queimando contorcidos em volta de um fogaréu.
O integrante é que as obras não têm títulos que permite uma profunda reflexão e interpretação do visitante e inspira a propósito da importância da preservação da natureza.
A exposição no hall principal do Banco Real da Avenida Paulista em São Paulo vai até dia 31 de agosto, mas quem quiser conferir de perto as obras de Frans Krajberg pode visitar também a galeria no Jardim Botânico de Curitiba, onde estão expostas mais de 100 esculturas.

3 de julho de 2007

Resgate sobre RP Ambiental

Após diferentes postagens sobre o tema de Relações Públicas e meio ambiente, escrevi este texto, que faz um resgate sobre o tema, buscando identificar as diferenças, as oportunidades, os desafios e as contribuições nesta área.
A difusão da consciência ambiental, de modo global, ocorreu principalmente a partir do século XX. A ampliação dos sistemas e tecnologias da comunicação no período pós-guerra, impulsionaram as ações ambientais através da divulgação, conferindo papel fundamental a essa área da atividade humana.
Atualmente a questão ambiental é um dos temas mundiais mais importantes. Nos deparamos com ele em programas de rádio e tv, nos jornais impressos, na escola, nos locais de trabalho, etc. Somos estimulados a mudar nossos hábitos para nos adaptarmos a esta nova realidade.
Diante disso, os profissionais de comunicação podem adotar uma postura pró-ativa. Não se trata apenas de um compromisso pessoal com as causas ambientais, embora isto seja gratificante a nível espiritual, mas também de uma valorização do nosso papel dentro deste desafio contemporâneo.
Como Relações Públicas ambientais podemos atuar em diferentes esferas. A comunicação ambiental em empresas, indústrias, jornais, organizações governamentais, organizações não-governamentais, unidades de conservação, fundações de meio ambiente, entre tantas outras, fortalece a imagem das instituições vinculadas e fomentam a educação ambiental.
Dentre essas diferentes esferas de atuação, destacarei duas nas quais a definição e a implantação das estratégias de comunicação obedecem a demandas características muito diferentes:
RP ambiental de organizações privadas (empresas, industrias) - seu objetivo principal é obter a contribuição do público interno na busca por soluções e ações referentes às questões ambientais específicas daquela organização. Suas ações são verticais, pois obedecem as estratégias definidas dentro de diversos níveis hierárquicos. Os projetos de comunicação neste tipo de segmento recebem mais recursos financeiros e humanos, pois já estão estabelecidos dentro dos orçamentos das instituições.
RP ambiental de ONG’s e Unidades de Conservação - A comunicação ambiental parte de um grupo de pessoas para a sociedade e visa estimular as comunidades e instituições privadas a identificarem seus problemas ambientais e a buscarem soluções. Portanto, a comunicação é horizontal, proporciona o debate e a tomada de decisões de maneira igual para todos os envolvidos, permitindo que se tornem criadores do processo. Por abarcar diversos setores sociais seu contexto é muito mais amplo e delicado, pois existem muitos interesses particulares que devem ser considerados. Este tipo de comunicação também exige um esforço contínuo voltado para as campanhas de obtenção de recursos.
Mesmo diante dessas duas diferenças, nosso desafio profissional sempre será o mesmo: fazer com que as pessoas incorporem as informações ambientais nas suas ações cotidianas.
Atualmente, para um profissional de relações públicas é inevitável que em determinado momento ele deverá lidar com questões ambientais, pois mesmo quando trabalham em outras áreas das instituições, a gestão ambiental está cada vez mais presente dentro delas. Independente do caminho que desejar seguir, o RP deve possuir sensibilidade para buscar as informações mais relevantes para sua formação na área ambiental, e procurar interagir com diferentes profissionais da área buscando, através da multidisciplinaridade, o sucesso de seus projetos de comunicação ambiental.

21 de junho de 2007

A3P - Agenda Ambiental na Administração Pública

O programa Agenda Ambiental na Administração Pública, do Ministério do Meio Ambiente, comemorou a Semana do Meio Ambiente oferecendo inúmeras palestras para instituições que aderiram o projeto, por exemplo, a Caixa Econômica Federal (CEF) Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e outras que estão em fase de análise da implantação do programa como as Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte). As palestras tiveram a finalidade de informar aos envolvidos as mudanças nas políticas de cada instituição para adaptá-las aos princípios da responsabilidade socioempresarial ou sobre outros temas relevantes dentro da área ambiental como aquecimento global.
O governo é um grande consumidor de recursos naturais nas suas atividades cotidianas. A rede A3P foi criada em 2005, com a finalidade de sensibilizar os gestores públicos sobre as questões ambientais e sugerir um programa de gestão ambiental específicos para estes. Assim como qualquer outro programa de gestão ambiental esta agenda ambiental promove economias financeiras por meio da redução de gastos institucionais alcançadas com o estímulo coletivo do uso racional de recursos e reaproveitamento de resíduos. Também semelhantes aos programas de gestão ambiental a A3P depende do engajamento e comprometimento dos indivíduos envolvidos no seu processo de minimização impactos negativos das atividades do governo, o programa prevê uma série mitigações para reduzir o uso de recursos naturais por meio de programas de combate ao desperdício, incentivando padrões tecnológicos de produção de baixo impacto sobre o meio ambiente.
A inserção de conceitos ambientais em organizações públicas é recente e promissora, consiste num vasto campo para os Relações Públicas, pois implica na propagação de informações e “um canal de comunicação permanente para promover o intercâmbio técnico, difundir informações, sistematizar dados sobre o desempenho ambiental dos órgãos e promover programas de formação e mudanças organizacionais.”
[1]
Quem quiser saber mais pode acessar o vídeo no site http://www.youtube.com/watch?v=QKzMBl6wsuY ou acessar direto o site da A3P http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=36. Lá você encontra uma série de informações a respeito do programa, entre elas Dicas e Orientações, Materiais para a Divulgação e a Relação de Órgãos e Empresas da Rede A3P atualizada.

Abraços,
Juliana A. Clementi.

10 de junho de 2007

Calendário Ecológico


A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, mais conhecida como Conferência de Estocolmo, realizada entre 5 a 16 de junho de 1972, reuniu mais de 110 países, com o objetivo de buscar soluções globais para os problemas ambientais. Após o evento foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) com 26 artigos que tratam do desenvolvimento integrado e do planejamento racional da relação entre o homem e o meio ambiente. O evento foi um marco para o ambientalismo global, e a partir de então se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, dia 05 de junho. Muitas organizações aproveitam o período para promover a Semana do Meio Ambiente fomentando ações ecológicas em comunidades, escolas, entre funcionários, etc.
A calendarização de datas relevantes para o contexto organizacional, representa uma oportunidade de aproximação com os diferentes públicos de interesse da empresa. Organizar ações de comunicação dirigidas a públicos específicos das instituições é um dos aspectos mais interessantes. As ações incluem desde envio de correspondência, promoções e até mesmo uma premiação destacando projetos ou profissionais. A seguir você verá alguns exemplos simples, mas o que conta é a criatividade do profissional de comunicação para identificar em qualquer data comemorativa uma oportunidade de criar uma campanha de comunicação exclusiva. Na maioria dos casos, a escolha dos públicos-alvo da campanha, fica a critério do comunicador pois as datas não especificam o ramo de atividade. O calendário sugerido refere-se a datas ecológicas, porém ressalto que a criatividade do comunicador conta muito para a elaboração de projetos e nada impede que se comemore, por exemplo, o Dia da Saudade (30 de janeiro) de uma maneira ecológica. A data pode ser aproveitada para resgatar e valorizar a memória da comunidade. Dessa forma é possível fazer uma campanha com relatos de antigos moradores, destacando os aspectos ambientais da região e divulgá-los entre os mais jovens para que ao aprenderem mais sobre a região em que vivem passem a valorizar o meio ambiente no qual estão inseridos, Calendário básico sugerido:

JANEIRO
11 - Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos

MARÇO
21 - O Dia Mundial da Árvore ou Dia Mundial da Floresta, Início do Outono.
22 - Dia Mundial da Água

ABRIL
15 - Dia Nacional da Conservação do Solo
28 – Dia da Caatinga
22 - Dia Mundial da Terra

MAIO
03 - Dia do Solo,
Dia do Pau-Brasil
05 – Dia Mundial do Campo
08 - Dia Mundial das Aves Migratórias
22 -
Dia Internacional da Biodiversidade
27 -
Dia Nacional da Floresta Atlântica

JUNHO
05 - Dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia
08 – Dia Mundial dos Oceanos
17 -
Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca
21 – Início do Inverno

JULHO
17 - Dia de Proteção às Florestas

AGOSTO
09 -
Dia Interamericano de Qualidade do Ar
11 - Dia da Consciência Nacional
14 - Dia do Combate a Poluição

SETEMBRO
05 -
Dia da Amazônia
11 -
Dia do Cerrado
16 - Dia Internacional para a Prevenção de Desastres Naturais
18 - Dia Mundial de Limpeza do Litoral
19 - Dia Mundial pela Limpeza da Água
16 - Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio
21 - Dia da Árvore
22 -
Dia da Defesa da Fauna, Dia da Jornada “Na Cidade Sem Meu Carro”
23 – Início da Primavera

OUTUBRO
04 - Dia dos Animais. Dia da Natureza
05 - Dia das Aves

DEZEMBRO
21 – Início do Verão
29 – Dia Mundial da Biodiversidade

Nos próximos exemplos de datas, as campanhas são elaboradas de acordo com os interesses da organização e as atividades relacionadas às suas ações, porém os públicos-alvo são determinados pelas datas comemorativas. Procure inovar, prêmios são eficazes, mas existem outras opções. No dia do índio, por exemplo, porque não promover um encontro entre empresários, grupos de escolares, funcionários e seus filhos etc numa comunidade indígena, propiciando aos índios um momento para ensinar e valorizar sua cultura. Os dois públicos, índios e os convidados, ganham com esta troca de experiência. Outro exemplo, no Dia do Fotógrafo é possível organizar uma exposição sobre o meio ambiente local com os fotógrafos da região, separando as imagens por categorias como fotografia jornalística, artística, amadora, etc.
Qualquer que seja a campanha, além de valorizar a imagem da instituição promotora, é fundamental valorizar o trabalho, ações, características dos públicos-alvo, é um fator motivacional para que eles se envolvam com as ações ecológicas. Confira mais datas:

JANEIRO
08 - Dia do Fotógrafo

FEVEREIRO
06 - Dia do Agente de Defesa Ambiental

MARÇO
01 - Dia Turismo Ecológico
14 - Dia Mundial de Luta dos Atingidos por Barragens

ABRIL
07 - Dia do Jornalismo
19 - Dia do Índio

MAIO
05 - Dia mundial da comunidade
13 -
Dia do Zootecnista
25 - Dia do Trabalhador Rural, Dia da Indústria
29 -
Dia do Geógrafo
30 -
Dia do Geólogo

JUNHO
08 - Dia do Citricultor
23 - Dia do Lavrador
29 - Dia do Pescador

JULHO
12 -
Dia do Engenheiro Florestal
13 -
Dia do Engenheiro Sanitarista
28 - Dia do Agricultor

AGOSTO
15 - Dia do Fotógrafo
28 - Dia Nacional do Voluntariado.

SETEMBRO
03 - Dia do Biólogo
10 - Dia da Imprensa e do Jornalista
27 - Dia do Turismólogo

OUTUBRO
12 - Dia do Mar,
Dia do Agrônomo
15 - Dia do Educador Ambiental
27 -
Dia do Engenheiro Agrícola
28 - Dia do Funcionário Público

DEZEMBRO
04 - Dia Mundial da Propaganda
11 - Dia do Agrônomo
15 - Dia do Jardineiro
14 -
Dia do Engenheiro de Pesca

Espero que o calendário ajude a inspirar novas idéias e campanhas de comunicação inovadoras!

Até mais!

Juliana A. Clementi


17 de maio de 2007

Divulgação do blog Relações Públicas Ambiental


O blog RP Ambiental foi divulgado no Boletim RP em Ação nº 167/07 Ano XI Maio 2007. A publicação tem circulação gratuita, sob responsabilidade do RP Rodrigo Cogo. Sua finalidade é divulgar e conscientizar a importância deste segmento de comunicação no sucesso das organizações.

O site MundoRP também tem muita informação interessante para os profissionais da área, por exemplo: Dicas de roteirização de websites; Relação de precedência em Cerimonial e Protocolo; Calendário de datas promocionais; Pesquisas de opinião; tendência em RP e inúmeros cases.


Para saber mais basta acessar: http://www.mundorp.com.br/navegacao.htm

Visita à Área de Preservação Ambiental da Baleia Franca

Nesta minha visita à Área de Preservação Ambiental da Baleia Franca, levei quatro projetos de comunicação para que eles fossem aprimorados e aprovados, afinal, existem muitas informações com as quais ainda não tive acesso devido a minha distância física e ao tempo em que estou participando como voluntária, por esta razão busquei também adquirir o máximo de informação mediante a observação empírica dos fatos. Lá, presenciei uma reunião do Grupo de Trabalho – GT – da Resex de Ibiraquera, acompanhei o grupo em uma entrevista na rádio, assisti a reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) para discutir o aterro irregular no banhado rio do Cano na entrada de Garopaba e, principalmente, aproveitei para conversar com muitas pessoas da comunidade e conselheiros da APA, com objetivo de coletar mais informações específicas. Ainda existem outras metodologias que posso, e devo, aplicar para coletar mais dados, enquanto estou em Joinville pretendo estudar alguns cases e organizar um roteiro das próximas metodologias que serão aplicadas.

PROJETOS
Projeto “Um mar de gente” foi criado com base na campanha mundial promovida pela Greenpeace, com intuito de divulgar internacionalmente a APA BF, fomentar a cidadania ambiental, promover a participação comunitária; informar sobre a reunião da Conselho Internacional das Baleias – CIB - e a importância da preservação das baleias. Incluía ações como envio de teaser e releases para a imprensa, parcerias com escolas de região e mobilização comunitária.

O segundo projeto “Ajude a Preservar o cAmacho” foi criado com a finalidade de aprimorar os canais de comunicação entre a APA e as comunidades ribeirinhas da Lagoa do Camacho; estimular a criação de áreas de preservação ambiental, promover um fluxo/envio constante de informações entre público e instituição, fortalecer imagem do CG da APA da BF, impedir atividades de mineração na Lagoa do Camacho. Visitar a região, estabelecer parceria com líderes comunitários, agendar reuniões e distribuir material informativo, criar GT’s, fornecer informações necessárias para a busca de soluções e execução de ações. Entre as atividades estão: visita a região, estabelecimento de parceria com líderes comunitários, agendamento reuniões, criação e distribuição material informativo, organização de GTs, apoio às informações necessárias para a busca de soluções e execução de ações.

“Acrescentando Parcerias para a APA” é um projeto voltado para a imprensa, seus principais objetivos são: organizar Mailling List APA BF, desenvolver um fluxo/envio constante de informações, organizar clipping institucional. As ações essenciais para execução do projeto são: distribuição de presskit e envio de duas sugestões de pautas por mês.

O último projeto elaborado foi o “Ampliando Pesquisas da APA” que visa estimular pesquisas científicas, promover um fluxo/envio constante de informações entre as universidades e a organização, promover envolvimento do público acadêmico, divulgar nos eventos e publicações científicas a APA BF, aperfeiçoar as atividades executadas pela APA BF, listar os cursos e os professores de interesse, com base nas disciplinas lecionadas. O cronograma de atividade inclui a criação e envio das propostas para os Grupo de Estudos, aprovação das estruturas e divulgação nas universidades (encargo dos professores). O projeto deve lançar um edital para acadêmicos e com base na documentação solicitada (minicurriculo, justificativa do interesse, histórico escolar), os representantes da APA e docentes, devem aprovar os acadêmicos e formalizar os grupos. O projeto também conta com um encontro dos participantes e entrega certificados de participação (h/aula).

VISITA A SEDE DA APA BF:
Quando cheguei na sede do IBAMA para apresentar os projetos pude observar que a demanda no momento é outra, olho do furacão, como muitos devem saber, a maioria dos funcionários do IBAMA declararam greve política por causa das reformas feitas pelo Ministério do Meio Ambiente, e eu cheguei um dia antes da medida ser adotada. O IBAMA está passando por uma típica crise resultado da famosa “comunicação vertical”. Infelizmente quanto a isso eu não posso tomar nenhuma atitude a não ser esperar que as coisas sejam resolvidas.
Outra questão é quanto a Resex de Ibiraquera, pois a IBAMA está envolvido com a sua formação, que vai de acordo com os interesses de preservação dos municípios inclusos na Área de Preservação Ambiental da Baleia Franca. O problema pelo grupo oponente esta fazendo um trabalho de desinformação na comunidade.
Por estas duas razões tive que encaminhar o projeto “Mar de gente” para outras instituições que estariam aptas para executa-lo. Direcionei meus esforços para um novo projeto de oficinas sobre os meios de comunicação para o GT da Resex. Devido à intensa demanda de apresentações em rádio, tv ou na comunidade, eu e a Maria Elizabeth Carvalho da Rocha (Dete), Chefe da APA da Baleia Franca, acreditamos que estas oficinas podem fortalecer suas ações. Agora estou me dedicando a escrever o projeto e o conteúdo destas oficinas.
O projeto de “Acrescentando Parcerias para a APA” já está em andamento, organizamos o mailling list e encaminhamos um release sobre a reunião do COMDEMA. Agora devemos começar o clipping e organizar o material para criar press-kit de apresentação da APA.
“Ampliando Pesquisas da APA” promete ser um projeto eficiente, pois visa contribuir com questões ligadas a expeculação imobiliária, plano de manejo etc. Os próximos passos serão definir os GEs para criar uma sinergia entre os GTs que já existem no Conselho Gestor da APA. Acredito que serão meses para podemos chegar a um modelo ideal e para podemos gerir estruturas adequadas, mas com certeza este projeto será publicado aqui assim que possível.
O “Ajude a Preservar o cAmacho” é uma outra questão muito drástica, ela se estende durante anos e existe uma urgência de resolve-la porem como já foram feitas diversas tentativas devemos identificar algum aspecto fundamental para obtermos o aopio comunitário. Por esta razão estou entrando em contato com uma funcionária do Ibama de c que esteve na região no começo deste ano para tentarmos idntificar qual seria a estratégia e com base nela podermos colocar em andaentos as ações definidas pelo projeto.

Vocês podem notar a paciência é a principal estratégia, gostaria de poder chegar na região e implantar uma série de ações de comunicação entre a Área de Preservação Ambiental da Baleia Franca e seus diversos públicos, porém existe uma série de questões que devem ser consideradas e algumas são fundamentais que sejam primeiro resolvidas antes de darmos encaminhamento aos projetos de comunicação. Além de paciência, também voltei refletindo sobre determinação, pois ações ambientais exigem para serem executadas, são muitos os obstáculos que enfrentamos dentro da comunicação ambiental, além interesses econômicos, ainda existe resistência, pois se preocupar com o meio ambiente significa que certas mudanças culturais devem acontecer e alguns pensamentos contemporâneos deverão ser banidos. Mas a ameaça também engloba a economia, vejo com clareza que as catástrofes ambientais afetarão a econômica mundial, o fato está sacramentado, falta agora a consciência.
Por fim também percebi a necessidade de aprofundar meus estudos sobre Opinião Pública, e quando mencionei que uma das estratégias é buscar cases para coletar mais dados a respeito, encontrei em um site um sobre um aterro irregular em Londrina, vale a pena acessar: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/opiniaopublica/0181.htm

Termino a postagem de hoje com uma frase retirada do case:
“Numa sociedade marcada pela desigualdade entre as forças econômicas e da opinião pública, este fato é singular, pois a opinião popular nem sempre consegue ser visualizada como opinião pública, uma vez que para isto precisa ser legitimada pelos meios de comunicação de Massa., estes dirigidos por forças antagônicas aos interesses populares.”

Juliana A. Clementi

6 de maio de 2007

APA da Baleia Franca

Esta semana estarei no município de Imbituba, na sede da APA da Baleia Franca. Assim que retornar publicarei as novidades aqui.

Desejo a todos uma ótima semana!

Juliana A. Clementi

25 de abril de 2007

A Opinião Pública no processo de criação de Unidades de Conservação

Durante a reunião do Conselho Gestor da APA BF, realizada no dia 31 de março de 2007, a líder comunitária e integrante do CG, Cidinha, fez a apresentação sobre a Reserva Extrativista da Pesca Artesanal - RESEX - de Imbituba/Garopaba. A idéia da reserva foi formulada dentro do fórum da Agenda 21 local e durante o primeiro evento da pesca artesanal há dois anos. O passo seguinte foi a formação de um grupo de trabalho para planejar a criação da Resex, com o apoio das lideranças regionais do setor.
Desde então foram criadas inúmeras ações com a finalidade de inf
ormar e motivar a participação da comunidade como, por exemplo, a promoção de diversas reuniões de esclarecimento nas comunidades em relação às possibilidades da pesca artesanal em uma RESEX. Diversos órgãos públicos foram convidados a participar. Até o momento, foram realizadas 15 reuniões para o esclarecimento das populações das lagoas e 10 reuniões para aplicação de questionário de pesca artesanal nos ranchos de pesca. Dando continuidade à discussão sobre a RESEX de Ibiraquera, foi realizado o II Encontro da Pesca Artesanal de Imbituba e Garopaba.
Na mesma reunião da APA, outra líder comunitária, Marlene apresentou a proposta da
Reserva de Desenvolvimento Sustentável - RDS - dos areais da Ribanceira. Durante a I Feira da Mandioca de Imbituba em 2004 iniciaram as discussões sobre a possibilidade de criação desta Unidade de Conservação Federal. Em 2005 a proposta foi apresentada para a comunidade em geral na busca de apoio. Buscou-se o apoio também de instituições públicas e privadas por meio da construção de um fórum de debates sobre a RDS. Promoveram-se outras reuniões de mobilização nas comunidades para esclarecimento. Organizaram-se três Feiras da Mandioca, aproveitando para fazer a discussão da RDS com várias entidades públicas. Também se realizou Circuito RDS de Surf.
As ações executadas foram extremamente importantes para consolidar a futura aprovação destas unidades. Embora ainda existam grupos contrários as reservas, a comunidade unida fortaleceu o processo de criação delas. O fenômeno da Opinião Pública favorável a elas contribuiu para este fortalecimento.
No caso da RESEX e da RDS, alguns fatores contribuíram para a formação da opinião pública. Acredita-se que a opinião seja formada por um conjunto de costumes, crenças, fatores econômicos, estrutura interna dos grupos, mobilidade social, grau de urbanização, tradições, classes sociais, valores sociais etc. Estas líderes, por fazerem parte das comunidades, automaticamente assimilaram cada um destes fatores. Por esta razão nota-se o quanto é relevante a aproximação com estes líderes e um estudo minucioso destes fatores antes de implantar as ações dentro das comunidades, com o objetivo de considerar cada uma suas características.
Outro aspecto fundamental para a formação da O.P. é o grau de informação que as pessoas possuem sobre o assunto, pois elas costumam opinar mesmo quando estão mal informados. Nos dois projetos de UC este aspecto foi profundamente trabalhado para que a maior quantidade possível de informação fosse repassada aos envolvidos, principalmente da maneira como foram conduzidas as atividades de comunicação, pois predominaram reuniões comunitárias que, de acordo com Sarah Chucid da Via (1983, p. 12) “tem-se supervalorizado a influência dos meios de comunicação de massa na formação da O.P. Porém, análises recentes mostraram a permanência e a importância da influência pessoal no processo de opinião”.
O processo de formação de O.P., em ambos os casos, compreendeu os estágios pré-estabelecidos por Daniel Katz (1983, p. 40)

  1. Notabilidade de um problema: preservação das características culturais e ambientais das regiões
  2. Discussão do problema: Abertura para discussões sobre o assunto nos eventos regionais
  3. Formulações de soluções: criação de grupos de trabalho
  4. Mobilização final da opinião: reuniões comunitárias e eventos

Ainda de acordo com o texto de Via algumas outras estratégias devem ser adotadas na formação da opinião pública.

  • Verificar as atitudes, expressões, manifestações, seus estímulos e a estrutura social e econômica na qual o grupo que se pretende atingir esta inserido;
  • Promover ou procurar um exemplo de acontecimento que justifique e esclareça ao grupo sua opinião e a razão;
  • Criar estereótipos que reforcem positivamente suas características e enfraqueça a imagem dos oponentes;
  • Pedir aos membros do grupo que se manifestem através de palavras, não de atitudes. Depois é necessário interpretar e analisar os dados obtidos.
Infelizmente, é raro obter apoio unânime. Segundo Cidinha, existem pessoas que não conhecem o processo ainda e que ao serem informadas sobre as possibilidades aderem ao movimento e lutam pela criação da UC e outros que não participam e por comodismo não se envolvem e ainda os que recebem desinformação e se posicionam contrariamente a proposta. Existem ainda os que conhecem a proposta e acabam criando uma resistência por possuírem interesses particulares assim como os setores econômicos que não querem estes tipos de UC por serem mais restritivas que uma APA. Quando as pessoas envolvidas buscam a informação sobre o assunto, acabam por acreditar no potencial da proposta.
Após o delineamento final da RESEX de Imbituba/Garopaba e da RDS dos Areais da Ribanceira, os processos serão encaminhados às prefeituras para consultar o executivo e legislativo municipais, agregar informações e estabelecer limites mais concretos. Após esta fase é agendada uma consulta pública nas comunidades para explicar para TODAS as pessoas sobre os limites e as possibilidades das reservas. Momento de sacramentar a proposta de limites delas.
A opinião pública "é a causa e efeito das atividades de Relações Públicas. O poder da opinião pública afeta decisões gerenciais e é função dos profissionais Relações Públicas identificar essa opinião e comunicá-la e explicá-la para a administração
[1]".
O importante é estar sempre atendo às manifestações dos envolvidos e nunca desanimar, pois “a vinda destas unidades de conservação é um somatório imprescindível de esforços para a conservação do ambiente em que os extrativistas têm o potencial de gerenciar seus recursos naturais[2].”

Juliana A. Clementi
___________________________________________
[1] GRUNING, James E. Apud Gutierrez Fortes, Waldyr, 2003, p. 31
[2] Ata APA BF 31/03/2007
Foto da postagem retirada do site www.guiafloripa.com.br

Planeta Terra


No último dia 22 comemorou-se o Dia da Terra. Criado em 1970 pelo Senador norte-americano Gaylord Nelson, apenas a partir de 1990 outros países passaram a celebrar a data. Em homenagem a este dia, nesta postagem extraí trechos comoventes do documentário “Uma Verdade Inconveniente” do ex vice-presidente dos EUA, Al Gore.

“Em 3 de abril de 1989, meu filho se soltou da minha mão e correu atrás de um amigo que atravessou a rua, ele tinha 6 anos. Uma máquina ficou respirando por ele, nós podíamos perdê-lo, até que finalmente conseguiu respirar, ficamos no hospital por um mês. Foi quase como se olhássemos para o calendário e nada mais importava, tudo parecia insignificante. Ele era muito corajoso, era um menino muito corajoso. Isso virou meu mundo de cabeça para baixo e depois o sacudiu ate cair tudo. Minha relação com o mundo, tudo mudou para mim. Como ia passar meu tempo nessa terra? Eu realmente me esforcei, tentei saber mais profundamente sobre isso. Fui para Antártida, Pólo Sul, Pólo Norte, Amazonas. Fui a lugares onde os cientistas podiam me ajudar a entender partes da questão que realmente não entendia a fundo. A possibilidade de perder o que eu tinha de mais precioso me deu uma habilidade que talvez eu não tivesse antes. E quando percebi também que realmente podíamos perder a Terra. Aquilo que damos por certo pode não estar aqui para nossos filhos [...]
Até resolvemos uma crise ambiental antes, o buraco na camada de ozônio. Diziam que era impossível resolver porque era um desafio ambiental global que requer a cooperação de todas as nações do mundo, mas nós aceitamos [...] agora temos que usar nossos procedimento políticos na democracia e decidirmos agir juntos para resolvermos esses problemas, temos que ter uma perspectiva diferente sobre este. Ele é diferente dos problemas que já enfrentamos [...].
É o nosso único lar, é isso que está em risco, a nossa capacidade de vivermos no planeta terra, de termos um futuro como civilização, acredito que isso seja uma questão moral, é hora de vocês assumirem essa questão, é hora de lutarmos novamente para asseguramos nosso futuro.
As gerações futuras poderão ter a chance de se perguntar: Em que nossos pais estavam pensando? Por que não acordaram quando tinham a chance? Temos que ouvir essas pergunta deles agora.
Estão prontos para mudar o modo como vocês vivem? A crise climática pode ser resolvida.
Para começar entrem no
www.climatecrisis.net. Você pode reduzir suas emissões de carbono, na verdade você pode reduzir suas emissões de carbono à zero.
Compre aparelhos eficientes e lâmpadas, ajuste o termostato, poupe energia com aquecimento de refrigeração, climatize sua casa, utilize isolamento térmico, avalie, recicle. Se puder compre um carro híbrido, sempre que puder ande e use a bicicleta, onde puder use o transporte público. Peça que seus pais não destruam o mundo que você vai viver, se for pai junte-se a seus filhos para salvar o mundo em que viverão. Passe a usar fonte de energia renovável, veja se sua companhia elétrica utiliza energia verde, se não oferece pergunte porquê. Eleja líderes que prometam resolver essa crise, escreva ao congresso, se não ouvirem concorra ao congresso. Plante árvores, muitas árvores, faça palestras na sua comunidade, ligue para as rádios, e escreva para os jornais, insista para que os EUA restringirem as emissões de carbono e une-se para parar com o aquecimento global. Reduza a nossa dependência de petróleo estrangeiro, incentive as lavouras que produzam álcool, aumente o controle de combustíveis e baixe as emissões dos automóveis. Se você acredita em oração reze para que as pessoas encontrem força para mudar. Como diz o provérbio africano: enquanto reza vá fazendo.
Encoraje a todos que conhecem para ver esse filme. Aprenda o máximo que puder sobre crise climática e depois ponha seu conhecimento em prática.”

Vale a pena assistir esta esclarecedora apresentação sobre o que está acontecendo com nosso planeta Terra e refletir sobre como você pode ajudar a salvá-lo profissionalmente e pessoalmente. Quem quiser também pode conferir um trecho do filme acessando
http://www.youtube.com/watch?v=h0V0x3HWUfE&mode=related&search.

Juliana A. Clementi

10 de abril de 2007

Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca


No dia 31 de março estive presente na reunião do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental – APA – da Baleia Franca, no Espaço de Gaia, ao lado da sede do Gaia Village em Garopaba.
Criada por Decreto Federal em setembro de 2000, seu objetivo é "proteger, em águas brasileiras, a baleia franca austral, Eubalaena australis, ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região, ordenar a ocupação e utilização do solo e das águas, ordenar o uso turístico e recreativo, as atividades de pesquisa e o tráfego local de embarcações e aeronaves"
[1]. Seu espaço geográfico, conforme indica o mapa, se estende da Ponta Sul da Praia da Lagoinha do Leste da Ilha de Santa Catarina até o Balneário do Rincão, ao sul do Cabo de Santa Marta, abrangendo nove municípios da costa catarinense: Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna e Içara.
Estes dados indicam um grande número de públicos e atividades que são afetados pela APA da Baleia Franca. Nota-se que em cada município, além das comunidades, existem órgãos públicos, empresários, organizações não-governamentais etc e cada um deles possui suas características específicas. Neste início do plano de Relações Públicas observei que existe uma série de questões a serem consideradas. Por esta razão as ações, na maioria das vezes, não incluirão toda a população do município, e sim aquelas comunidades próximas de locais onde haja questões ambientais pendentes. Tais questões são múltiplas e diversificadas, uma vez que a APA estende-se do mar à terra, interfere desde atividades portuárias e esportes náuticos às atividades mineradoras, construções civis, circulação de automóveis na faixa de areia, entre tantas outras.
Cheguei a um ponto que muitos profissionais de relações públicas já haviam indicado: nem sempre é possível criar nossas estratégias da maneira mais “redondinha”, como seria se pudéssemos nos planejar sempre com base no livro “Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada” da mestre Margarida Maria Krohling Kunsch. Aí está o desafio, pois sem aquela estrutura organizada que aprendemos na faculdade, temos de lançar mão das estratégias de comunicação para estabilizarmos, com agilidade e eficiência, certas rupturas nas redes de comunicação da entidade a qual representamos. Após avançarmos nesse equilíbrio é que poderemos simultaneamente dar continuidade a essas ações e planejar um amplo esquema comunicacional e desta vez desta vez “redondinho”.
Por estas razões, inicialmente identifiquei algumas atividades que posso executar, mesmo considerando minha distância física do grupo que participo. Nos próximos meses, à medida que forem sendo implantadas, pretendo relatar algumas dificuldades, soluções encontradas e os resultados obtidos.
A princípio, cuidaremos de expandir o relacionamento da APA da Baleia Franca com a imprensa local, mediante o envio de releases e sugestões de pautas. A estratégia também pretende alcançar a comunidade de uma maneira mais objetiva do que se focássemos apenas a mass media.
Com a colaboração de alguns líderes comunitários, também conselheiros da APA, iremos estudar possibilidades de apoiar projetos dentro das comunidades separando-as por micro-regiões. Como mencionei anteriormente, é fundamental estabelecer uma relação constante e de confiança com este público, para que a ação da APA, mesmo tendo a parte técnica e burocrática muito bem executa, não se deparem com uma barreira ocasionada pela suspeição.
Outra ação “emergencial” trata de criar uma parceria com instituições de ensino, promovendo a produção científica e participação de estudantes, com a finalidade de contribuir técnica e cientificamente com as ações de ordenamento geográfico e proteção ambiental, em especial da Eubalaena australis, a baleia franca austral, promovendo o uso racional dos recursos naturais com base nos aspectos econômicos e culturais dos empresários e comunidades.

Na próxima postagem falarei mais dessa reunião, para relatar algumas das atividades desenvolvidas na proposta da Reserva Extrativista da Pesca Artesanal de Imbituba e Garopaba apresentada pela Cidinha, líder comunitária e conselheira da APA.

Quem quiser saber um pouco mais sobre baleias assita a animação em flash do site:

www.greenpeace.org.br/oceanos/conteudo_id=579&sub_?campanha=0&img=15&PHPSESSID=9ad532d69a6f4c5b637187ae7d36aa19



Até mais!


Juliana A. Clementi





[1] http://br.geocities.com/apadabaleiafranca/index.html. Acesso em 10/04/2007

16 de março de 2007

Preservação da Biodiversidade



A biodiversidade do Planeta Terra esta debilitada. De acordo com o atual ‘guru’ do ambientalismo, Al Gore, no seu aclamado livro Uma Verdade Inconveniente, “muitas espécies do mundo todo estão ameaçadas pela mudança climática, e algumas estão se extinguindo – em parte por causa da crise climática, em parte porque o ser humano está invadindo seus habitats. Na verdade, estamos diante de um fenômeno que os biólogos começam a chamar de crise de extinção em massa. Atualmente, a extinção ocorre em ritmo 1.000 vezes mais acelerado do que se daria naturalmente, na ausência de influência humana”. Em 2003 a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) anunciou que cerca de 12.259 espécies de animais e plantas de todo o mundo estão ameaçadas de extinção e762 espécies já são consideradas extintas. [1]
A biodiversidade gera benefícios a níveis locais como o auxilio a formação de solos férteis, controle de pragas por meio da manutenção do ecossistema, filtragem de águas poluídas, controle das encostas, orlas costeiras, etc. As vantagens se estendem a nível mundial, por exemplo, a estabilização climática e a abundância de espécies vegetais, animais e micróbios.
Os recursos financeiros para projetos de preservação ainda são escassos diante da demanda, por esta razão são adotadas algumas estratégias que aumentam o aproveitamento de suas ações. As hotspots são têm a finalidade de preservar o maior número possível de animais em uma mesma região, consiste em áreas de conservação que possuem relevância ecológica pela biodiversidade que possuem. Segundo a Conservation Internacional, “área correspondente a estes habitats naturais ascenda apenas a 1,4% da superfície do planeta, concentra-se aí cerca de 60% do patrimônio biológico do mundo no que diz respeito a plantas, aves, mamíferos, répteis e espécies anfíbias”
[2].
O primeiro episódio da série “Planeta Terra: O Futuro”
[3] mostrou alguns exemplos de Unidades de Conservação e discutiu a participação da comunidade nestas unidades. Segundo os entrevistados, em poucos casos é possível obtê-la, por exemplo, na Etiópia, quando restavam 150 gazelas, animal símbolo da região, a população se conscientizou e executou um conjunto de ações que aumentou para 600 o número desses animais. Contudo, existem locais em que a população que dependem economicamente da caça de animais ou devastação de áreas, no Mar Cáspio, entre a Rússia e o Irã, os últimos esturjões estão sendo vítimas da poluição das águas e principalmente da pesca predatória por causa das ovas que são usadas como matéria-prima para o caviar.
Outro aspecto que traz implicações os projetos de preservação é a carisma da espécie ameaçada. Quanto mais simpático for o animal, maiores são as chances de arrecadar investimentos para projetos de conservação. Realmente, este é um fator muitas vezes decisivo, constatei isto na banca de graduação da bióloga Luana D’Ambrosio Ferrari, sobre espécie de raia encontrada no litoral de Santa Catarina, uma das discussões levantadas pelos professores convidados foi exatamente sobre a importância que o carisma do animal representa para a obtenção dos recursos nos projetos de preservação.
Felizmente, há ainda alguns casos em que o critério adotado não é o carisma do animal, mas sim sua relevância dentro da cadeia alimentar de outras espécies, pois a sua extinção provocaria um grave desequilíbrio ecológico.

As estratégias de comunicação contribuem em muitos aspectos: auxiliar na produção de um material visual que represente de maneira adequada e atrativa a espécie ameaçada; disseminar informações de maneira objetiva e eficaz, fomentar valores ambientais; promover a envolvimento da comunidade e dos demais públicos-alvo.
Cada caso deve ser estudado com prudência, evidenciando os aspectos que afetam no relacionamento da comunidade com os projetos conservação. O máximo de informação deve ser levantando antes de criar estratégias que contribuam para o relacionamento dos públicos-alvo, o conjunto de ações executadas deve proporcionar o esclarecimento dos diferentes pontos de vista e o surgimento destas estratégias, pois elas influenciarão valores culturais da região e certamente afetarão setores políticos econômicos e sociais. Por estas razões, criar um trabalho de sensibilização com a comunidade em torno de unidades de conservação, áreas de preservação, etc é tão importante quanto divulgar para o restante do mundo.





Obs: A Onça Pintada, em extinção, foi registrada por Araquém Alcântara, um dos fotógrafos de natureza mais famoso do país, comprometido em denunciar os horrores cometidos contra a Mata Atlantica. A imagem atrativa é um recurso para difundir o conhecimento e a conscientização ambientais.

_____________________________________________

[1]http://www.biodiversityreporting.org/index.php?pageId=sub&lang=en_US&currentItem
=article&docId=7782&c=Brazil&cRef=Brazil&year=2004&date=December%202003
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Hotspot_de_biodiversidade
[3] Segundas-feiras às 21h no Animal Planet (TV por assinatura)

6 de março de 2007

Agenda 21


Desculpem-me pela falta de publicação neste blog. Nesta temporada, trabalhei como Guarda-vidas Civil em Mariscal, no município de Bombinhas/SC. Estive sem tempo e acesso à internet, contudo aproveitei buscar informações ambientais sobre a região reconhecida por suas belezas naturais.
Bombinhas está localizada no entorno da Reserva Biológica do Arvoredo. De acordo com o site da prefeitura municipal “Na região, é possível encontrar uma infinidade de espécies vegetais em boa conservação, outras necessitando de atenção como os morros, que exigem uma rigorosa fiscalização para que não haja destruição, como houve com os manguezais existentes na praia de Bombas e Zimbros, importantíssimas espécies integrantes do ecossistema da região, assim como as restingas cujas áreas também vêem sendo ocupadas através dos anos, sem a preocupação do homem em preservar para manter seus recursos naturais no futuro.”
O Programa Agenda 21 de Bombinhas foi implantado no ano de 2005, porém foi no início de 2006, por meio dos fóruns realizados nas comunidades que se iniciou a prática efetiva de seus princípios.
Entender do que se trata a Agenda 21 é essencial para organizações e profissionais envolvidos com o meio ambiente, muitas vezes a aprovação ou criação de projetos ambientais pode se basear nas informações deste valioso documento regional.
“A Agenda 21 é um protocolo contendo uma lista de compromissos e ações a serem desenvolvidos no século XXI em direção ao Desenvolvimento Sustentável, e, assim, busca restabelecer a economia e assegurar a sobrevivência humana, preservando a saúde e os recursos naturais do planeta para as presentes e futuras gerações” (Informe Agenda 21, julho/agosto/setembro 2006). A agenda deve ser definida de acordo com as características e potenciais naturais de cada região, por esta razão, pode ser considerado uma ferramenta útil para desenvolver ou apoiar projetos ambientais em cada região.
Algumas ações que foram realizadas junto à comunidade: Fórum mensal, Curso de capacitação turística para pescadores “Turismo Consciente e Preservação Ambiental”, Concurso escolar “Nós cuidamos de nossas praias”. Ainda assim, a questão no município é delicada, um dos motivos é a quantidade de lixo produzida na alta temporada sem que haja algum trabalho de conscientização voltado para os turistas. Outro problema refere-se às unidades de conservação e áreas de preservação, como a Reserva Biológica do Arvoredo e a restinga. De acordo com o informativo da agenda 21, “o assunto tem gerado discordâncias e promovido a preocupação de ambientalistas e da própria população, que já entende que sem proteção dessas áreas o município terá, a curto e médio prazo, problemas de abastecimento de água, supressão da flora e fauna nativa (aumento no corte de corredores ecológicos, já comprometidos), além do desequilíbrio ambiental e de todos os recursos naturais ainda existentes.”
Por exemplo, um hotel que desenvolve atividades de educação ambiental nas escolas e patrocina ações ambientais, mas que desmata áreas de preservação ou despeja esgoto na praia tem chances reais e certas de perder hospedes ao longo do tempo. A formulação de um diagnóstico por uma equipe multidisciplinar deve alertar empresários e governantes quanto aos danos econômicos, jurídicos, ambientais e institucionais e propor possíveis soluções, em busca do comprometimento com a agenda 21 e com o respeito à comunidade e aos turistas.