1 de outubro de 2007

Construção Civil e Meio Ambiente

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, criado em abril de 2007, tem a finalidade de disseminar informações, orientar critérios, metodologias e certificações para a engenharia civil e áreas afins.

Entre suas atividades estão: publicações e boletins informativos; produção de referências técnicas; organização de seminários, conferências e missões técnicas e promoção e facilitação da formação de redes e parcerias entre os agentes da cadeia produtiva, governos e entidades afins.
Atualmente, existem muitos exemplos da inserção da conservação ambiental a construções civis. A permacultura, criada na década de 1970 pelos ecologistas australianos Bill Morison e David Holmgren, tem como principal meta a sustentabilidade ecológica e estendeu-se para a sustentabilidade dos assentamentos humanos. A ênfase está na aplicação criativa dos princípios básicos da natureza, integrando plantas, animais, construções e pessoas em um ambiente produtivo e com estética e harmonia.
As técnicas da permacultura estão em constante aprimoramento e podem ser aplicadas não somente pelas empresas de construção, como também por qualquer pessoa que tenha interesse, pois, são de fácil acesso e grande diversidade. Ao contrário do que muitos pensam, garantem sim a comodidade a qual estamos habituados, sem deixar de lado a preservação do meio ambiente.

Outro exemplo é o projeto é ambicioso da Ecópole, que será a primeira cidade ecológica do mundo, ironicamente localizada na China, prevista para inaugurar em 2020.
O projeto prevê entre outras coisas:

- Construção de prédios de no máximo 6 andares para evitar o uso de elevadores e bombas d’água. A incidência da luz natural e circulação de ar são consideradas a fim de reduzir o consumo de luz e ar condicionado.

- Extinção do o centro e periferias e adoção de um sistema com base em pequenos núcleos urbanos, reduzindo a necessidade de carro.

- Coleta seletiva de esgoto (assim como nos navios), sendo que o esgoto cinza será tratado separadamente do esgoto preto.

- Produção de gás para fogões e aquecedores residenciais através do lixo orgânico.

- Produção de alimentos em fazendas próximas a cada núcleo urbano, reduzindo a utilização de transportes e fertilizantes.

O projeto da Ecópole tem inspirado outras cidades como Londres, onde o prefeito Ken Livingstone pretende criar uma área de emissão zero de CO2 na capital.

Embora estes projetos ainda pareçam distantes da realidade da maioria das pessoas, acredito que assim como tantos outros setores que adotaram a gestão ambiental rapidamente, a construção civil tende a dar um grande avanço neste sentido, principalmente depois da criação do conselho.

Mesmo antes da elaboração de soluções inovadoras em materiais e equipamentos, as construtoras podem, desde já, implantar diversas ações com a finalidade de reduzir seus impactos. Primeiramente é preciso esclarecer e estimular os responsáveis por estas construtoras, escritórios de arquite
tura e afins, a inserir a gestão ambiental em suas edificações. Portanto, as futuras construções, a exemplo da Ecópole, podem, no mínimo, levar em consideração a incidência de luz e circulação de ar. Os trabalhadores da construção são essenciais neste processo, pois devem compreender e respeitar as normas estabelecidas, entre elas a redução do desperdício de materiais, do uso da água e de eletricidade e da separação do lixo, etc.

Então colegas RPs, mais uma vez, espaço para projetos e muito trabalho não falta, mãos à obra!!

Até mais.


Juliana A. Clementi